ZONA LESTE - A MENINA DOS OLHOS DO MERCADO IMOBILIÁRIO


Empreendimentos nos bairros Jardim Europa, Country e João Alves movimentam cifras anuais que ultrapassam os R$ 20 milhões

JENIFFER GULARTE


Em busca de sossego e segurança, moradores das classes A e B de Santa Cruz do Sul voltam os olhos para as áreas mais altas da cidade. Sem espaço para crescer, a zona central perde pouco a pouco o status de área nobre para as regiões que, mesmo distantes dos serviços básicos, oferecem conforto, qualidade de vida e um cenário sedutor. Para fugir do barulho e tentar escapar das ruas congestionadas, santa-cruzenses aumentam a ocupação de regiões que circundam o Cinturão Verde, em bairros como o Jardim Europa, Country e João Alves.

A venda de lotes em condomínios e loteamentos na Zona Leste virou a nova menina dos olhos do mercado imobiliário santa-cruzense. Estimativas do setor apontam que os negócios nessa área movimentam cifras anuais que ultrapassam os R$ 20 milhões. Só nos últimos quatro anos, ao menos 12 empreendimentos – entre condomínios e loteamentos – expandiram o mapa imobiliário da cidade e modificaram a paisagem de uma região até então pouco explorada. 

Lançado em 2009, o condomínio Reserva dos Pássaros, do Bairro Jardim Europa, tem 5% dos lotes à venda, mesmo índice que ainda resta ser vendido no loteamento Nova Santa Cruz, do Bairro João Alves, onde a procura foi tanta que, em 90 dias, será lançado o Nova Santa Cruz II. O Country Ville, condomínio de luxo com vendas abertas desde 2009, já negociou 75% dos terrenos. 

O ritmo das vendas impulsiona as imobiliárias a mirar na clientela disposta a pagar por conforto e uma bela paisagem. Até outubro serão lançados mais três condomínios de classe A, no Bairro Country, que colocarão 1.044 lotes à venda. Os empreendimentos comercializarão terrenos que custarão até R$ 300 mil, valor que varia conforme o tamanho do lote e da vista que o cliente preferir.

Vendas acompanham tendência do setor

Silenciosa e próximo à natureza, a chamada zona alta de Santa Cruz do Sul atende à necessidade de clientes que procuram um terreno médio em um loteamento com infraestrutura viária, e dos mais exigentes, que buscam conforto e privacidade. Nesse caso, os condomínios fechados oferecem sede social, salão de festas, quadras esportivas iluminadas, piscinas térmicas, decks, espaço gourmet, academia, segurança 24 horas e guarita blindada.

“Oferecemos um clube dentro de casa”, argumenta Erikson Karnopp, sócio de uma imobiliária. “As pessoas saem do apartamento para ter a liberdade da casa e a segurança do condomínio. Tem gente saindo do Higienópolis (bairro mais nobre da cidade) para ir morar em condomínio”, argumenta o outro sócio da empresa, Carlos Eduardo Beckenkamp.
Segundo Karnopp, o boom do mercado imobiliário no setor, em especial de condomínios, acompanha uma tendência já observada em cidades como Gramado, Canela, Caxias do Sul e Capão da Canoa. Em Santa Cruz, esse modelo de empreendimento atrai, principalmente, diretores de empresas fumageiras, empresários e profissionais liberais como médicos, dentistas, engenheiros e advogados. A maioria das vendas ocorre para famílias com filhos pequenos e casais que querem curtir a aposentadoria em um novo endereço.

Dos negócios fechados em condomínios, 60% são pagos à vista. Já nos loteamentos, a maior parte é financiada direto com o banco, onde a renda mínima mensal do cliente gira em torno dos R$ 2 mil. No caso dos condomínios, a renda mínima fica em torno dos R$ 6 mil. “As pessoas querem mais conforto e têm cada vez mais poder aquisitivo e condição de bancar isso”, avalia Flavio Bender, proprietário de uma imobiliária.

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